Por que as ações são melhores que FIIs? Esse é apenas uma especulação ou é realmente uma afirmação válida?
A verdade é que, nessa batalha de ações vs FIIs, muitas pessoas não sabem é que as ações rendem menos do que os famosos Fundos Imobiliários no longo prazo. Porém, elas tem diferenciais que podem elevar a rentabilidade da sua carteira absurdamente.
Por conta disso, você será apresentado aos 4 motivos do para investir em ações ao invés dos fundos imobiliários.
Ações vs FIIs: Escala
Em primeiro lugar temos a escala. A escala é uma das principais diferenças entre esses dois tipos de investimento e um dos 4 motivos para investir em ações ao invés..
Quando um investidor compra ações de uma empresa, ele compra um pedaço de todos os ativos e operações daquela empresa, ou seja, ele se torna parte de todo o processo. Por exemplo, a Amazon, que hoje é um colosso no mundo inteiro, antes era só uma pequena livraria online e quem investiu em suas ações logo no início não apenas se beneficiou de sua expansão nos EUA, mas de toda a sua expansão global.
Essa é a verdadeira escala. Empresas como a Amazon têm a flexibilidade e a capacidade de diversificar, inovar e expandir seus negócios praticamente sem limites pois elas não estão presas em um lugar ou setor específico.
Por outro lado, os fundos imobiliários apresentam uma natureza muito mais contida, restrita: um fundo que possui muitos imóveis comerciais em São Paulo terá o seu rendimento e a sua valorização completamente ligados ao mercado imobiliário da região, fazendo com que seu crescimento seja limitado pelas tendências demográficas, econômicas e de desenvolvimento da própria região.
Essa limitação acaba criando um teto para o seu ganho, que se torna muito menos escalável.
Ações vs FIIs: Divisão dos Lucros
O segundo motivo do porque as ações são melhores que FIIs, é a divisão dos lucros.
O que mais chama a atenção, principalmente dos investidores iniciantes, é a quantidade de dividendos que os Fundos Imobiliários pagam todos os meses para os seus investidores. E isso tem uma explicação.
No cenário brasileiro, onde os imóveis são vistos como um dos meios mais “seguros” de investir seu dinheiro, os fundos imobiliários ganharam muito espaço. Ter uma participação em vários imóveis e receber o aluguel deles na sua conta sem ter as dores de cabeça se a propriedade fosse sua é praticamente um sonho.
Mas, “não existe almoço grátis no universo dos investimentos”. Toda essa quantidade de dividendos que os investidores recebem dos FIIs tem uma origem, e isso só é possível por conta da política de distribuição de dividendos dos fundos.
Os FIIs são obrigados legalmente a distribuir, em até 6 meses, no mínimo 95% dos seus lucros para os seus acionistas. Porém, embora seja uma prática boa a curto prazo, isso acaba tendo implicações mais profundas no crescimento do fundo.
A distribuição excessiva dos lucros pode reduzir significativamente o capital disponível para o fundo reinvestir, seja na manutenção das próprias propriedades ou na aquisição de novos ativos.
Tudo isso, somado à limitação em escalar seus negócios, contribui para uma situação cada vez mais complexa.
É como se a Apple, quando era nova no mercado, distribuísse a maior parte de seus lucros como dividendos ao invés de reinvestir esse dinheiro em pesquisa e desenvolvimento.
É esse reinvestimento que pode resultar em novos produtos ou soluções, expandindo a base de clientes e, consequentemente, aumentando a receita e o lucro e, é essa decisão de investir na própria empresa, que trouxe a Apple aos patamares que ela está hoje, com uma posição de mercado fortalecida.
E um erro comum é comparar os fundos imobiliários com as ações que pagam dividendos. Só que tem um detalhe que muitas vezes passa despercebido: ao investir em empresas que pagadoras de dividendos é necessário sempre analisar se os proventos distribuídos são sustentáveis a longo prazo.
Não é válido investir em uma empresa que distribui dividendos gigantescos por um dois anos se ela não tiver um planejamento de crescimento no mercado.
Ações vs FIIs: Liberdade Geográfica
O terceiro motivo do porque as ações são melhores que FIIs é a liberdade geográfica. Quando se trata de liberdade para diversificar além das fronteiras, as ações claramente possuem uma vantagem significativa em relação aos fundos imobiliários.
As empresas têm uma flexibilidade geográfica maior, podendo alterar sua sede, abrir novas filiais ou até mesmo deslocar a produção para regiões onde o mercado esteja mais aquecido ou onde os custos de operação sejam mais baixos.
Esse jogo acaba permitindo que elas se adaptem rapidamente às mudanças econômicas, demográficas ou regulatórias, escalando cada vez mais os seus lucros.
Então, mesmo que uma área esteja enfrentando dificuldades, as operações em outras regiões podem servir como estabilizadoras de rendimentos.
Por outro lado, os fundos imobiliários – no caso de fundos de tijolo – são 100% ligados a ativos físicos. Essa característica faz com que sua localização seja fixa, portanto, o rendimento é diretamente influenciado pela dinâmica atual da área em que os seus imóveis estão.
Caso a região enfrente um período de declínio ou uma perda de demanda, o fundo pode ter dificuldades em adaptar-se rapidamente. E mesmo que alguns FIIs invistam em imóveis em diversas regiões, a rentabilidade de cada propriedade ainda está atrelada ao seu local específico.
Apesar das empresas também enfrentarem barreiras ao se mudar, como custos de realocação, regulações específicas e a necessidade de manter a proximidade com fornecedores e clientes, elas não têm a necessidade de vender nenhuma propriedade.
Ações vs FIIs: Diversificação na Atuação
O quarto motivo do porque as ações são melhores que FIIs, é a diversificação na atuação, que é a flexibilidade e capacidade de uma empresa conseguir diversificar o que ela oferece.
Como os fundos imobiliários tem o foco no setor imobiliário, seja um fundo dedicado a shoppings, escritórios, galpões logísticos, etc., a sua natureza, como a gente já viu nos tópicos anteriores, é definida e limitada.
Por exemplo, um fundo imobiliário focado em shoppings centers sentirá os impactos diretos das tendências de consumo quando as taxas de juros subirem, assim como o setor do varejo.
Por outro lado, as empresas listadas na bolsa de valores oferecem um panorama muito mais amplo, podendo operar em múltiplos setores.
A Samsung, por exemplo, produz celulares, computadores, tablets e até máquinas de lavar. Também temos a Tesla, que opera construindo naves espaciais, satélites de internet, carros e está planejando lançar smartphones.
Já no cenário brasileiro temos a Klabin, que é extremamente adaptável ao cenário global por ser uma empresa extremamente verticalizada, exportando madeira, celulose, papel para embalagem, etc.
Obviamente que não são todas as empresas que possuem esse perfil, mas uma boa parte delas tem essa característica, proporcionando seu crescimento idependente da situação.
Porém, novamente, o ideal é nunca colocar todos os ovos na mesma cesta porque, se ela cair, não sobrará nada. Sempre monte uma carteira de investimentos balanceada, com bons investimentos. Não adianta nada você investir em empresas ruins e esperar bons resultados.
É necessário sempre estudar onde você quer investir o seu dinheiro, seja em fundos imobiliários, ações, ações estrangeiras ou qualquer outro tipo de investimento.